Vamos mudar um pouquinho o ritmo? Nunca fui muito fã de rap,
não mesmo. No entanto, veio um rapper muito doido pra cá, e pra combinar com o
doido, ele se chama: Criolo!
Polêmico, não? Vou mostrar pra vocês um texto de um cara que
estuda comigo, vocês vão entender melhor quem é Criolo e o que ele propõe para
o cenário da música nacional.
Também indico super o site E-Colab,
eles tem uma ideia nova de jornalismo e música alternativa. Espero que curtam!
CRIOLO: O MÉRITO DE
UNIR UNIVERSOS DISTINTOS
por Renan Simão
Na real, o grande mérito do Criolo (e do Emicida também) é
modificar a estética do rap nacional sem deixar o legado de Racionais MCs e
outros clássicos para trás. Essa mudança gera um fenômeno e que acontece aonde
quer que o Criolo vá: todos vão ao show dele, desde o cara que mora nas
quebradas da cidade até o cara de camisa flanela e cabelo liso... Ambos não
param de cantar durante o show.
Apesar de não entender a realidade do rap nacional, o
boyzinho reproduz o discurso e, querendo ou não, se infiltra dentro desse
universo que ele não conhece (e nunca vai entender). Só entende quem é de lá,
eu não sou.
Lá,
não tem sucrilhos, isso não existe. É pão com manteiga e café de ontem para
começar o dia. Tem padaria que não vende pão. Os cachorros “passa” e é
“pexpex”... a rua é a casa do cara. Jogo do bixo come solto. As criançada tão
de HK e “são só por Deus, viu”. Um mundão aonde “as criança” chora e a mãe não
vê. (As aspas são contravenção, o que importa é dizer o que deve ser dito
e gíria não
deve ser explicada. Aliás, gíria não,
dialeto).
Talvez por influência de Daniel Ganjaman, produtor do disco e literal regente do show, Criolo sai (de leve) do formato rima-batida e vai caminhar pelo reggae, afrobeat, samba e o brega. E varia o discurso também. Ele é a crença amor na clichê (clichê?) “Não Existe Amor em SP”. Beat dançante em Mariô e Bogotá (Fela e Mulato, didático, mas obrigatório). Sambinha de quintal na forte linha de frente de que quem tá lá, “não pode amarelá”. E brega com “Freguês da Meia Noite” que seria um Cauby Peixoto no boteco falando de “furta-cor” e “doce”. (Os medalhões podem ser brega e o doido do Grajaú, não?).
Criolo é som de preto, de pardo, de favelado e ostenta isso.
A sacada é que música é universal, né, mano. E se é boa, não importa cor, mais
ou menos dinheiro e poder. Pode ser na quermesse, no campão ou na balada dos
“boy”, Criolo não esquece que “Rap é compromisso” mas representa todo mundo...
E quando começa a rimar não há fronteiras para entender a realidade de um outro
universo. É tudo um, é música.
interessante, curti.
ResponderExcluirhttp://anitamakingof.blogspot.com.br/2012/03/balcao-de-beleza-novidades-da-semana_26.html
@Anita Legal né?
ResponderExcluirBeijão!